Havia uma época nos anos 80 que
existia um disco que se fazia presente em todos os lares de quem curtia esse
tal de rock n´roll. O cara podia curtir progressivo ou punk, folk ou até metal,
mas no meio de sua coleção de discos sempre ele aparecia impoluto, soberano e
reinava no meio das festas, no momento de “air guitars” no churrasco ao meio do
“mico” coletivo. Esse disco era o Machine Head do Deep Purple do ano de 1972. Clássico
instantâneo, seu virtuosismo, sua “velocidade” a capa espetacular tudo jogava a
favor do disco, era colocar o vinil na vitrola e aquele ar de serenidade na
reunião com os amigos se perdia completamente. Nessa época havia uma frente nostálgica
que se recusava achar que o novo som inglês que tocava freneticamente na rádio Fluminense, a maldita não era o Rock N´Roll autentico e essa vertente nostálgica
que se recusava “passar pelo o ano de 1975” tinha nesse disco do Deep Purple
sua referencia Máxima. O Purple
junto ao Black Sabbath e ao Led Zeppelin formava a santíssima trindade do tal
Rock Pesado era heresia pura tecer qualquer comentário de critica a banda por
menor que fosse correndo risco a ficar no limbo total das amizades que se
seguiam naqueles anos oitenta. Mas devo dizer que nunca fui um fã ardoroso da
banda de Ritchie Blackmore em vários momentos eu achei o Deep Purple, datado,
cafona e até chato. Tudo se devia ao tecladista Jon Lord que incorporava ao som
pesado da banda elementos de música clássica e me fazendo ligar em outras
bandas e outros artistas. Mas em Machine Head é inegável que eles atingiram o ápice criativo,
tanto nas composições e como instrumentistas, o virtuosismo não é excessivo, tudo
no álbum parece ser metricamente calculado. O Cantor Ian Gillan mostra como um “Band
Leader” pode fazer com sua voz, e é impressionante o que ele canta nesse disco.
Ritchie Blackmore, que detratores dizem ser uma mala, um chato, mas independente
de qualquer coisa é um grande guitarrista que constituiu um estilo próprio e inconfundível,
toca demais no álbum se tornando assim um dos maiores músicos das seis cordas e
junto ao eficiente Roger Glover no baixo e o soberbo baterista Ian Gillan fizeram
o Purple uma das bandas mais famosas dos anos setenta, com uma fama que duraria
por anos a fio mesmo depois do fim da banda. Machine Head e o ao vivo Made In
Japan eram citados sempre pela rapaziada prafrentex como discos clássicos, discos que você teria que ter na sua estante. Mas a minha implicância
sempre foi o órgão de “churrascaria” de Jon Lord. Achava excessivo ao som do
grupo. Mas as composições desse disco são tão sensacionais que até isso passa
batido! Ao começar por Highway Star que abria o disco já levantava qualquer
defunto com seu pique extraordinário, junto ao blues Maybe I'm a Leo, a “pop”
Never Before, a espacial Space Truckin com o solo viajandão de Jon (sem ser chato!) e claro a espetacular Smoke on the water com
seu riff de guitarra inconfundível, clássico supremo até aos dias de hoje, hit
absoluto em todas as festinhas de hoje, ontem e sempre. Com o tempo o disco passou a ser
velho, datado, muito sintonizado a uma época como os anos 70, mas não poderia deixar
de citá-lo como um dos mais ouvidos - Deep Purple –
Machine Head
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